Todas as histórias postadas são reais, contadas por pessoas que passaram por uma situação de anafilaxia, e seu conteúdo é de responsabilidade única e exclusiva das pessoas que enviaram seus relatos.
Assim, todo o conteúdo aqui postado, foi devidamente autorizado por escrito pelo responsável pela história
Equipe: ASBAI - Anafilaxia Brasil
Clique no banner ao lado e conte-nos sua história -->
A primeira vez que tive um choque anafilático foi há 6 anos, tinha 15 anos e aconteceu quando fui picada por uma formiga. Minha cabeça começou a coçar desesperadamente, minha boca inchou e apareceram calombos por todo o corpo que coçavam muito. Ao tentar me alimentar, não consegui engolir e minha amiga me levou para o hospital. Depois disso procurei uma alergista e fiz exames. Ela disse que minha alergia não era grave a ponto de tomar vacina. Agora 6 anos depois fui picada novamente e foi pior. Depois dos inchaços e coceiras começarem, tomei antialérgico, mas nada resolveu. Comecei a sentir falta de ar, perdi as forças das pernas e não conseguia falar. Sentia que estava desmaiando. Me levaram para o hospital que era há 40 minutos de onde estava, quando cheguei, me aplicaram fenergam e hidrocortisona. Desmaiei e me puseram no soro. Fui a outro alergista que me passou novos exames, me recomendou que tomasse dois remédios caso houvesse uma picada e se evoluir para um choque anafilático, aplicar adrenalina com uma seringa daquelas de insulina. Acontece que eu não consigo comprar ampola de adrenalina em lugar algum. É desesperador saber que vc pode morrer por uma picada e existe a solução que é a caneta e o governo não permite que a tenhamos. É horrível perceber que sua vida e de outras pessoas com um problema tão grave não chama a atenção das autoridades...
Na minha juventude,comecei a perceber que quando ficava muito nervosa,levava um susto muito grande,meu coração acelerava ,começava a tremer sem parar,como se tivesse tendo convulsão e sentia muita falta de ar,sem ao menos conseguir falar,só saia chiados.No ano de 2014,na época do aniversário da cidade onde morava,estava havendo o desfile das escolas e quando minha amiga q é enfermeira me ligou dando a noticia que meu avô havia falecido,levei um choque, na hora travei ,comecei a tremer,sem conseguir respirar,com tonturas e não conseguia sair do lugar de tanta tremedeira.Os bombeiros,que estava passando para o desfile,queriam me colocar no carro e levar p hospital,mais minha prima não deixou,disse q logo ia passar.
No ano de 2017,quando estava fazendo um tratamento dentário,sentia que toda vez que eu tomava a anestesia,me sentia mal,coração acelerado,tonturas,como se estivesse viajando,só que achava normal,até então,logo passava.No ultimo dia do tratamento,após aplicar a anestesia,passado um tempinho,falei para o Dr.,não anestesiou nada,ta normal.E Ele me disse,estranho,era pra ter dado efeito,vou aplicar mais uma.Só foi o tempo dele aplicar a anestesia,comecei a tremer na cadeira,n conseguia respirar,minhas mãos estavam geladas e a pontas dos dedos toda roxa.Quando ele pegou no meu pulso,n sentia meus batimentos.Ele saiu apavorado e logo veio umas 3 enfermeiras,(pois era o dentista de um posto de Saúde)obs: por sinal,um ótimo dentista. Dali, já fui encaminhada p fazer eletro e um monte de exames .Passado um tempo,ele foi la ver como eu estava.Já estava bem melhor.Ele me falou,sempre que vc for ao dentista,avise que você não pode tomar anestesia com vaso, vc tem alergia a adrenalina. Hoje com 37 anos, o susto,uma noticia forte ou chocante,o nervosismo,se eu tomar somente 1 gata de berotec ou atrovent( pois tenho asma), me da os mesmos sintomas de antigamente ou as vezes pior.
Resumindo,até hoje,não sei se realmente sou alérgica a adrenalina ou não!
Desde já agradeço a atenção!!
Olá, Fabiane!
Obrigada por seu contato.
Vamos conversar ( genericamente: essa orientação não tem a finalidade de substituir uma avaliação personalizada, ok?) sobre " alergia a adrenalina" .
As medicações podem ocasionar efeitos colaterais de diversas categorias. Há reações por excesso de dose, onde nem chamamos de reações adversas, mas sim de intoxicações. Por exemplo, se a pessoa tomar um benzodiazepínico (calmante) em dose excessiva, pode ter parada respiratória; há reações adversas que são previsíveis e dependem, até certo ponto, da sensibilidade do organismo. Por exemplo: há pessoas que mesmo utilizando doses terapêuticas de aspirina, podem ter gastrite, pois apresentam sensibilidade muito grande a essa medicação que tem como efeito colateral ser irritante gástrica; há outras reações que são incomuns e imprevisíveis, como , por exemplo, efeito extrapiramidal (é uma alteração neurológica onde a pessoa não consegue parar, pode ter até quadro semelhante a convulsão) quando usa certos anti-eméticos ( medicações para vômito).
E tem as reações verdadeiramente alérgicas, ou seja, as que envolvem alterações do sistema imunológico. Dentre essas, há algumas que são desencadeada por anticorpos da classe IgE ( e essas são as únicas para as quais existe teste alérgico e/ou exame de sangue para comprovação diagnóstica) e outras que são desencadeadas por outras células ou substâncias do sistema imune. Exemplos de reações alérgicas a medicamentos que são mediadas pela IgE: anafilaxia a penicilina; exemplo que reação alérgica que não é mediada pela IgE : exantema ("grosseiro") causado por amoxilina.
Apesar de as pessoas acharem que tudo que acontece de errado quando se toma certo medicamento é alergia, para nós alergistas é muito importante saber o MECANISMO através do qual certa medicação fez mal para essa ou aquela pessoa. Por isso é muito importante a história clínica e o conhecimento para se saber se já se conhece na literatura médica qual é esse mecanismo em certos fármacos. Isso define se indicaremos ou não testes. Muitas vezes, apenas o teste de provovação pode dar o diagnóstico, entretanto, em alguns casos é tão perigoso fazer esse teste que assume-se que a pessoa teve alergia por essa medicação e ponto final. Exemplo: quando alguém sobrevive a síndrome de Steven-Jhonson - que é extremamente grave - o alergista irá orientar o afastamento da droga usando a história clínica apenas. Jamais pode-se testar a medicação suspeita, dada à gravidade da reação.
No caso de adrenalina, a verdadeira alergia é praticamente impossível, pois é uma molécula presente em nosso organismo e vital para ele. O que geralmente ocorre são efeitos colaterais relacionados principalmente à dose: taquicardia, palidez, tremores. Em casos de doses excessivas e tóxicas, a adrenalina pode até ocasionar parada cardíaca, arritmias, hemorragia cerebral, etc...Mas isso não é alergia. São efeitos colaterais dependentes da dose. Isso contra-indica o uso? NÃO! Se a pessoa passar por uma anafilaxia terá que necessariamente usar adrenalina. E aí a importante que ninguém seja rotulado como "alérgico" a essa droga, uma vez que quando ela for necessária, deve ser usada. Não vá alguém deixar de fazer adrenalina em caso de anafilaxia porque a pessoa tem esse "diagnóstico".
Cadeira de dentista já é estressante. Adrenalina já dá tremor. Ou seja, muita gente que é mais sensível do ponto de vista emocional pode de fato passar mal, mas isso não significa alergia a esse fármaco que continua sendo a medicação mais importante em caso de anafilaxia para qualquer pessoa, sem exceção.
Vamos lá...Me chamo Elaine e tenho 35 anos; A mais ou menos uns 5 anos , estava em minha casa em um final de tarde , fui picada por um borrachudo , não sabia então que era alé
alérgica comecei sentir meu rosto e meu corpo esquentando , muita dor de cabeça , falta de ar , e queda da pressão arterial , cheguei no pronto socorro desmaiada.Meu atendimento foi um pouco demorado pois ninguém sabia que tinha sido picada , enfim tive choque anafilático.
Procurei um alergologista onde realizei vários exames onde consta que os mesmo deram negativos.
24/01/2013
ige pernilongo =1.47
ige abelha =0.16
ige formiga =2.33
A medica me receitou anti alérgico e uso de repelentes.
Passado um ano fui picada novamente por borrachudo , com os mesmo sintomas a acima mas,
com um atendimento mais rápido , sem o choque anafilático grave que tive anteriormente.
Nesse intervalo entre 2014 para 2018 fui picada novamente por borrachudo , e não tive nenhum sintoma de alergia ou choque anafilático.
Recentemente dia 15/09/2018 fui picada por uma formiga , onde passei muito mal novamente com os mesmo sintomas citados acima quase morri.
Novamente procurei um outro alergologista onde repeti todos os exames novamente.
20/09/2018
Pernilongo = 0.30
Abelha = 0.11
Formiga = 0.54
Os mesmo deram negativos novamente , o medico me receitou anti alérgicos e me orientou sobre o uso Epipen , e disse que não tem o que fazer ,
Agora a minha duvida , porque que sou picada e passo mal e meus exames mostram negativos , fico sem um tratamento decorrente aos resultados.
Por que já fui picada por borrachudo e formiga e não passei mal ?
Estou muito nervosa pois não sei o que esta acontecendo comigo , tenho medo ate de sair da minha própia casa , medo de ser picada novamente e não consegui sair da crise , Tenho 2 filhos e não gostaria de viver com essa sensação de que a qualquer hora posso ir embora.
Gostaria muito que se pudessem me ajudassem para que caminho eu posso seguir.
Desde já muito obrigada!!!
Cara Elaine
Grata por seu contato
Como sempre, explicamos que não fazemos consultas virtuais. Usamos os casos aqui relatados para informações genéricas baseadas no caso.
Então, vamos comentar algumas coisas, especialmente importantes nessa época do ano onde o verão propicia muitos problemas com insetos.
Há insetos que causam mais anafilaxia que outros. Os insetos que ferroam injetam veneno que é uma mistura proteica muito alergênica e pode desencadear anafilaxia, com os sintomas que você descreveu (queda de PA, tontura, desmaio, etc.). Abelha, vespas e formigas são exemplos de tais insetos.
Outros há que são sugadores: picam a pele, sua saliva e geralmente também suas fezes causam no local irritação que pode ser mais ou menos intensa. Tais lesões são chamadas de "prurigo" ou "estrófulo" e causam muito desconforto local: pápulas (bolinhas) avermelhadas, que coçam muito, às vezes, de tanto a pessoa coçar ocasiona infecção e essa infecção em alguns casos pode se estender ao tecido subcutâneo causando até erisipela. Algumas pessoas que têm esse problema de forma recorrente ficam com cicatrizes o que ocasiona um problema estético . Portanto, este tipo de alergia não é algo super simples, pode atrapalhar muito a vida da pessoa, mas não é anafilaxia e - a não ser que cause uma infecção muito grave, o que é raro - não costuma colocar em risco a vida do paciente. Os insetos que mais causam isso são os pernilongos, pulgas e borrachudos.
Entretanto, há casos descritos na literatura médica de insetos que normalmente causam apenas prurigo, terem causado reações anafiláticas. Parece ser seu caso. Como também há grandes reações inflamatórias locais por formiga e até por abelha e vespa e que não são anafilaxia.
Uma dúvida comum é se por ter reação local tipo prurigo, há mais chance de se ter anafilaxia. Não. Uma coisa não tem nada a ver com outra...
O diagnóstico dessas alergias é clínico, ou seja, precisamos ouvir a história do(a) paciente e como as lesões evoluiram. Se foi uma reação anafilática por inseto, precisamos fazer testes alérgicos para ver se há indicação de imunoterapia e sempre precisa prescrever adrenalina autoinjetável; se a história e exame físico sugerem prurigo, o tratamento é local, com corticoide e antibiótico se for o caso, além de medicamentos para controlar a coceira. Evitar as picadas com métodos de barreira (telas, véus) e repelentes também é importante.
Com relação ao tratamento imunoterápico, no caso de anafilaxia por insetos, a imunoterapia será sempre subcutânea e é fundamental a identificação exata do veneno, uma vez que o tratamento deve ser feito exatamente com o veneno que causou o problema. Por isso que em muitos casos não há o que fazer, além da prevenção e adrenalina autoinjetável. Não existe veneno comercialmente disponível para todos os tipos de vespas, formigas e muito menos para borrachudos...
No caso do prurigo, dependendo da extensão e gravidade do problema, pode-se tentar imunoterapia e aqui é possível a sublingual.
Uma palavra sobre os exames: eles apenas ajudam no raciocínio clínico. Não há correlação segura entre o resultado das IgEs específicas e gravidade da reação por insetos. Ou seja, existem pacientes que apresentam reações leves com IgEs altas e vice-versa. Como sempre, na Medicina, a clínica é fundamental.
Olá, dia 28/03/18 ( domingo de Páscoa), a noite dei banho ao meu filho ( na época com 1 ano e 11 meses) , ele brincou mais uma hora +/- e fomos deitar, ele dormiu e 1/2 hora depois começou a se coçar e se mexer muito. Quando percebi que ele estava com o corpo inteiro com urticárias e placas avermelhadas no rosto, em segundos o olho e a boca incharam muito e ele ficou desfigurado, chorava muito. Corri pro P.A e ele já estava falando enrolado e com dificuldade para respirar. Fomos atendidos, deram adrenalina e corticóides e ficamos uma hora em observação. No outro dia, quando sumiram as urticárias, notei que na testa, nos 2 braços e nos tornozelos haviam picadas ( 5 no total).
Há quase 2 anos tive uma anafilaxia cruzada por paracetamol.
Tive a primeira crise de anafilaxia durante uma caminha de 18 km em 2007, tinha 26 anos. No meio do caminho comi um pedaço de pão e continuei a caminhada. Após uns 30 min comecei a tossir, meus olhos começaram a arder, coçar e lacrimejar, peito começou a chiar, minhas mãos e pés pinicavam demais, continuei andando normalmente. Quando cheguei no destino minha amiga me olhou e disse que eu estava toda inchada e realmente, olhos, boca, rosto todo inchado. A partir daí comecei a ter vários episódios repetidos, até que percebi q os episódios eram piores quando eu fazia exercício. Um dia cronometrei e eles começavam exatamente após 30 min de exercício físico. Fui no alergista e descobri que tenho anafilaxia induzida por exercício com dependência alimentar. O alimento principal era o trigo. Além dos episódios de anafilaxia comecei a desenvolver uma série de alergias, acabei ficando alérgica a 18 tipos de alimentos. Quando estava grávida tive crises anafiláticas quando fazia exercício na água (hidroginástica) mesmo sem comer nada. Uns 8 anos depois as crises ficaram mais espaçadas e voltei a comer todos os alimentos que tinha ficado alérgica. Sempre ando com caneta de adrenalina e medicamentos para uma possível crise que pode surgir a qualquer momento, porque mesmo espaçadas elas ainda acontecem.
Cara Patricia
Obrigada por dividir conosco seu caso.
Vamos aproveitar para falar de anafilaxia induzida por exercícios. Esta é de fato uma situação grave que pode resultar em reações fatais. E pode ocorrer apenas com o exercício em si, mas o mais comum é que este seja apenas um co-fator de uma alergia subclínica geralmente alimentar. Ou seja, a pessoa tem alergia a trigo (alimento mais comum descrito com esse tipo de anafilaxia) ou a outro alimento e no seu dia-a-dia come tais coisas sem problemas. Mas se após comer realiza atividades físicas, isso pode desencadear anafilaxia. Antiinflamatórios, bebidas alcoólicas e outras situações (gravidez, menstruação, etc) também podem, juntamente com o exercício, desencadear reações anafiláticas. O tratamento é evitar tais desencadeantes pelo menos umas 2 horas antes e pelo menos 30-40 minutos após exercícios; jamais praticar atividades físicas sozinho(a) e ter sempre consigo a adrenalina autoinjetável. Há uma medicação imunobiológica chamada omalizumabe que tem sido usada em casos mais graves, onde a pessoa fica muito sensível ao exercício e isso começa a interferir demais em sua qualidade de vida. Outras medicações como montelucaste e anti-histamínicos também podem ser uma opção, dependendo do caso, mas costumam ter menos resultado.
Se você é portador de anafilaxia induzida pelo exercício, precisa fazer como a Patrícia: procurar um alergista eportar adrenalina autoinjetável cada vez que for à sua prática esportiva.
A primeira reação anafilática da Joana foi aos 6 meses quando deram para ela uma migalha de biscoito de queijo às escondidas. A pessoa que deu, disse que ela sequer engoliu. Ela imediatamente empolou todo o corpo, começou a tossir muito, ficou sonolenta, e com o corpo pálido, foi desesperador. Estava roxa quando chegou no hospital, recebeu injeções e oxigenação. Após este episódio, foi comprovada alergia a alergia à caseína e a uma das proteínas do soro do leite, além de amendoim.
Quando tinha 1 ano, comeu uma castanha de coco, e novamente, outra reação: o olho esquerdo inchou imediatamente, e começou a empolar o corpo todo. Foi novamente para o hospital, recebeu injeções, ficou em observação e voltou para casa com mais um diagnóstico: alergia a coco.
Cara Karla
Obrigada por compartilhar conosco sua história (vide abaixo). Parabénspor ter criado uma página no México para aumentar a consciência sobre essa doença que pode ser fatal.
Aqui no Brasil - bem como no mundo, de forma geral - a anafilaxia é subestimada. Existem vários trabalhos epidemiológicos realizados em diversas partes do globo que já alertaram para a questão que em diversos locais as faculdades de Medicina não dão a devida atenção a essa doença - que, aliás, está aumentando - e consequentemente nem todos os médicos saem com formação adequada. A começar pelo nome desta patologia. "Alergia grave", "reação alérgica", "choque anafilático", "urticária gigante", "edema de Quinke", "edema de glote", etc, tudo isso passa a ser sinônimo e confunde até mesmo os estatísticos que precisam procurar nos códigos das doenças diversas denominações para designar a mesma coisa. Tudo isso quer dizer: ANAFILAXIA. A doença chama-se assim! E isso será em breve resolvido quando tivermos a atualização do CID (Código Internacional de Doenças) que está para ser lançada. Veja que atualmente nem mesmo no CID se acha a palavra anafilaxia!
Então, vamos dar nomes corretos (vamos dar nomes aos bois como falamos aqui no Brasil): Anafilaxia é uma reação grave e potencialmente fatal causada por mecanismo de hipersensibilidade, ou seja, uma reação com liberação de substâncias chamadas de mediadores celulares que em pessoas predispostas são liberados quando há o contato de alérgenos com o organismo da pessoa predisposta. Tais alérgenos são proteínas que normalmente não causam absolutamente nada em pessoas normais, mas que em indivíduos sensibilizados podem agir como verdadeiros gatilhos para essas reações graves. Os alérgenos mais conhecidos são os alimentares, as medicações, o látex, os insetos e outros. Além dos alérgenos, a anafilaxia pode ser desencadeada - em possoas hipersensíveis - por estímulos diretos sobre as células que liberam aquelas substâncias causadoras da reação. São eles: exercício, álcool, algumas substâncias como contrastes radiológicos e outras.
Então, o ideal não é falar que o paciente tem APLV (alergia a proteína do leite de vaca) pois isso é muito vago. O correto seria falar: anafilaxia por leite de vaca (lembrando que o leite de vaca pode dar outros tipos de alergia que não a anafilaxia e, desta forma, dizer apenas APLV será dar um diagnóstico que abriga diversas doenças sob ele); o ideal não é falar alergia a abelha e sim anafilaxia a veneno de abelha (alergia a abelha pode ser apenas alergia local); alergia a látex pode ser apenas dermatite ao se mexer com objetos com látex, enquanto que anafilaxia a látex define perfeitamente o que a pessoa tem. Percebe a gravidade de não se usar o termo correto para a doença? Urticária gigante é uma urticária grave, tudo bem...mas nem sempre urticária quer dizer anafilaxia, pois nem sempre há anafilaxia quando se tem urticária e nem sempre toda urticária acompanha quadros de anafilaxia.
E choque anafilático? É um quadro de choque de causa anafilática. E o que é choque? É uma falência cardiovascular onde cai a pressão arterial e existe falta de oxigenação em nível dos tecidos, o que é muito grave, uma vez que essa falta de oxigênio nas células do corpo rapidamente faz com que elas pereçam. Então, choque anafilático é uma anafilaxia grave. Ou seja, existem vários graus de anafilaxia, desde as leves (mas mesmo assim potencialmente graves e fatais) e as extremamente graves. Por que é importante saber disso? Porque muita gente acha que precisa estar morrendo para usar a adrenalina que é a droga mais importante da anafilaxia. Ao contrário, quanto mais cedo se usa adrenalina num quadro de anafilaxia, melhor, uma vez que diminui a chance desse quadro se agravar.
Então, muito importante a conscientização de todos, pacientes e profissionais, para um perfeito diagnóstico e tratamento. Todos que são portadores de anafilaxia devem ser corretamente identificados e receberem orientação adequada.
Domingo 21 de diciembre del 2014,
A casi 4 años de esos terribles síntomas que; de no ser por una clínica que estaba a 5 minutos de donde yo iba manejando, no estaría contando mi historia !!!
Mi nombre es Karla Gaytan y tengo 41 años y Quiero contarles no sólo lo vivido ese día, si no que muchos médicos no saben como tratar este padecimiento, y quiero antes que nada decirles que después de mucho experimentar y preguntar, di con este maravilloso medicamento que no te sube de peso como lo hace la cortisona, y es la (AVAPENA)
Después de ese día mi vida dio un giro de 360*
En México no se toca el tema y a la gente no le interesa la anafilaxia, vaya... no hay enfermos !!
Esto mismo hace que los médicos no estén familiarizados con síntomas y que no crean lo que te sucede, la primera crisis que me dio fue paulatina, pero aún así no dejaba de avanzar rápido y las siguientes han sido muchos más rápidas que la primera, tan rápido que aveces siento que no alcanzare a preparar los medicamentos que me inyecto en la pierna, quiero decirles que en mi caso por problemas de corazón, el cardiólogo me prohibió la adrenalina, aunque desde un principio en mi emergencia en la clínica a donde llegue utilizaron cortisona y luego luego sentí como se abrieron mis vías aéreas
Mis síntomas fueron;
Calor y rash en el rostro
Asfixia
Taquicardia
Alta presión
Sensación de muerte
Siempre cargo en mi bolsa de mano mi botiquín con la ( avapena inyectable, si no funcionara también cargo con la celestones soluspan inyectable y el salbutamol inhalado )
Punto también muy importante, la tolerancia en mi cuerpo a los alimentos han cambiado
Al principio era alérgica al huevo, leche, pollo, camarones y quesos, y ahora ya no soy alérgica al huevo, a la leche ni los quesos, y si a polvo a cucarachas y colorantes!!
esto según los rast que me han hecho cuando he estado internada
Recuerdo una ocasión que me inyecte en la pierna de emergencia y llegue al hospital y me querían regresar ya que no entendían mis síntomas y decían- pues la vemos estable !!
y esto sucedió en uno de los mejores hospitales de Monterrey NL en México
Mis experiencias han sido tan difíciles y más aún ya que; no creen que, lo que me sucede es una crisis anafilactica
De hecho yo antes le llamaba shock y me dijeron - pero si usted no pierde el conocimiento entonces no es un shock
Por eso comencé a llamarle CRISIS ANAFILACTICA
Ya que ningún médico me dijo que existía una reacción alérgica grave que podía costarme la vida
Jamás me dieron el nombre, si no hasta que investigue mucho
De hecho al preguntarle a la internista que; que podía hacer si volvía a pasar? Esto pues para alcanzar a llegar a un hospital, y lo que hizo fue escribirme en el folder donde me dieron los resultados del rast
Ahí escribió ( celestone soluspan inyectable )!!!
Ni si quiera me hizo una receta ni me recomendó a ningún ALERGOLOGO ni me explico que era una enfermedad mortal
Yo fui toda mi vida una mujer sana, siempre comía de todo y de la noche a la mañana ya no puedo comer ciertos alimentos, ni me puedo pintar el cabello con tranquilidad, ni puedo usar cremas corporales sin sentir temor
En fin, todo un calvario
Aunque aveces necesito voltear y ver por ejemplo el caso de la niña que es alérgica al agua y es entonces donde digo- estoy en la gloria
Quiero decirles tantas cosas más
Pero no acabaría
Es por eso que cree mi página de ANAFILAXIA mexico
Esperando hacer conciencia de esta mortal enfermedad que le puede pasar a cualquiera
Olá, minha primeira anafilaxia foi aos 7 anos, por causa de uma dipirona, teve direito a edema facial, edema de glote, perda da consciência e muito prurido. Detalhe, eu tomava dipirona desde bebê, nunca havia tido nenhuma reação. Desde então parei de tomar. Depois, no decorrer da vida tive mais 5 anafilaxias. Uma porque tomei um buscopan composto (não havia lido que continha dipirona), outra por causa de um Ibuprofeno, outra por causa de um diclofenaco de sódio, outra por causa de um hambúrguer de mercado (provavelmente o corante?) e a mais recente, que foi por causa do Piroxicam, que foi bem mais grave, achei que ia morrer. Fica o relato para prestarmos atenção e entendermos que hoje podemos não ser alérgicos, mas amanhã tudo pode mudar.
Muito obrigada por dividir seu caso conosco.
Vamos fazer aqui algumas considerações importantes:
1- Sim: reações alérgicas podem ocorrer em qualquer época da vida. Ninguém nasce com alergia. Esta é desenvolvida em pessoas com predisposição genética para tal, mas quando irá eclodir, não há como prever
2- Anafilaxia a AINEs (Antiinflamatórios não esteroidais) - é uma classe bem grande de medicamentos que inclui várias drogas, principalmente dipirona, diclofenaco, ibuprofeno, nimesulida, cetorolaco, etc. É comum as pessoas que apresentam anafilaxia por essas medicações referirem que têm alergia a todo tipo de medicamento. Não é assim. Alergias a múltiplas classes de medicações são extremamete raras (por exemplo: alguém com alergia a AINE, antibióticos, analgésicos, etc). Muito mais comum é que dentro de uma mesma classe vários medicamentos deem sintomas. Ou seja, é muito comum que pessoas com anafilaxia a AINEs tenham intolerância a todos os medicamentos dessa classe, como é o seu caso. E observe que a gente chama de INTOLERÂNCIA a AINEs e não "alergia" pois, por mais terrível que sejam os sintomas, como no seu caso, não se trata aqui de alergia verdadeira pois não há envolvimento do sistema imunológico. O que existe é um desvio de componentes da membrana celular com acúmulo de substâncias que favorecem a reação alérgica. Por isso, o diagnóstico não é feito através de testes alérgicos e sim utilizamos a história clínica e testes de provocação. Quando a sensibilidade é apenas por um medicamento desta classe terap~eutica (por exemplo, apenas pela dipirona) pode acontecer que seja mecanismo imunológico e neste caso o teste poderia dar positivo, mas quando há reações a múltiplos representantes da classe dos AINEs é muitíssimo mais provável que seja intolerância. O tratamento é o mesmo: adrenalina nas crises e cuidado extremo ao utilizar medicamentos. Existem milhares de medicações contendo AINEs, isolados ou em associações, e de longe é o tipo de medicação mais prescrito por médicos e mais consumido pelos pacientes. Então, você tem razão: todo cuidado é pouco na hora de usar um medicamento. Existem alguns tipos de AINEs que dão menos reação, como paracetamol e os coxibes, mas mesmo esses, em pessoas muito sensíveis, podem ocasionar urticária, angioedema e mesmo anafilaxia. Então, precisa mesmo procurar um alergista para fazer exames como testes de provocação para saber o grau da sensibilidade.
3- Corantes: Já foi comprovado que a tartrazina e outros corantes/conservantes não apresentam sensibilidade cruzada com AINEs. Corantes e conservantes raramente dão reações alérgicas e, do ponto de vista científico (testes duplo cegos controlados com placebo) esse tipo de medicação foi responsável por apenas 0,01?,23% dos casos suspeitos (Fonte: file:///C:/Users/Imunopatologia/Downloads/v2n1a04 (2).pdf) . Não existe IgE para tartrazina e é um absurdo que vários laboratórios ainda disponibilizem esse tipo de exame. E mais absurdo ainda que médicos solicitem isso. Simplesmente não há base imunológica para um teste desses.
4- Por que então você teria tido reação ao hamburguer? Bem, se você realmente não usou nada de medicação um pouco antes ou após comer seu hamburguer - lembrando que muitos medicamentos usados para má-digestão contém AINE (ex.: Sonrisal, Engov, etc), pode ter havido contaminação por medicações no seu alimento. Pesquisei sobre isso e achei esse artigo interessante: CASELANI, K. Resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 17, n. 3, p. 189-197, jul./set. 2014.
Então, pessoas muito sensíveis a certos fármacos (não apenas AINEs mas também antibióticos), podem ter problemas ingerindo alimentos (especialmente carnes) com resíduos desses medicamentos.
Abraço!
Dra. Elaine
Hoje meu filho tem 5 anos de idade, no começo foi dificil identificar o que causava essas reações no meu filho.. Tudo começou aos 6 meses de idade, com os testes em casa acabei descobrindo que ele é muito a alérgico a Feijão, soja e seus derivados ( os leguminosos). Recentemente na escola ele consumiu leite ( esse leite fornecido pela prefeitura na verdade é um composto que na fórmula tem soja) de imediato começou a aparecer urticaria pelo corpo, a reação é questão de segundos principalmente na área do rosto, olhos e lábios inchados, o olho então inchou tanto, não foi a primeira vez que aconteceu, levei ele pro Hospital Geral aqui da região, foi atendido com urgência, recebeu uma injeção de Solumedrol e oxigênio, após 1 hora ele apresentou melhoras, quando eu não sabia o que era, direto acontecia, agora que sei é mais fácil de controlar. Ainda não consegui passar ele com um especialista, pra ter certeza quais os alimentos que ele é realmente alérgico. Ele esta no EMEI e na escola, eu fico sem saber o que fazer, eles esquecem e acabam dando o alimento que ele não pode...
Olá sou a Solange e minha primeira reação anafilatica foi a 1 ano e meio atrás onde teria o meu segundo parto cesariana,sendo que no primeiro tinha sido totalmente tranquilo,tanto que antes da hora da internação fizeram várias perguntas sobre alguma alergia e eu claro disse q não era alergica a nada...Bom tudo começou ainda no começo da cirurgia com uma forte dor de cabeça,seguido por muita vontade de espirrar,disse p anestesista oq sentia mais ficou por isso mesmo!
Agradecemos essa história de nossa amiga Solange, de Cambé- PR e que nos dará oportunidade de conversar sobre anafilaxia e gravidez.
A anafilaxia durante a gravidez, parto e puerpério pode ser catastrófica tanto para a mãe quanto, e especialmente, para o bebê. Os sintomas e sinais podem incluir prurido vaginal e vulvar intensos, dor lombar, cólicas uterinas, sofrimento fetal e trabalho de parto prematuro. Durante os primeiros 3 trimestres, as causas são semelhantes às das mulheres não grávidas. Durante o trabalho de parto e parto, as etiologias mais comuns são antibióticos ?-lactâmicos, látex de borracha natural e outros agentes usados ??em ambientes médicos e perioperatórios.
O manejo da reação inclui injetar adrenalina rapidamente, fornecer oxigênio suplementar de alto fluxo, posicionar a mãe do lado esquerdo para melhorar o retorno venoso ao coração, manter uma pressão arterial sistólica materna mínima de 90 mmHg para garantir a perfusão placentária adequada. e monitorar de perto a paciente. A ressuscitação cardiopulmonar e o parto cesáreo de emergência devem ser realizados quando indicado. Em todas as mulheres em idade fértil, especialistas em alergia / imunologia podem ajudar a prevenir a anafilaxia na gravidez através de avaliação de risco pré-gestacional e estratégias de redução de risco, como confirmar a etiologia das reações alérgicas sistêmicas e fornecer instruções por escrito para evitar o alérgeno. Em mulheres grávidas, o benefício versus o risco de testes cutâneos, testes de provocação, dessensibilização e início de imunoterapia com alérgenos deve ser cuidadosamente pesado; se possível, esses procedimentos devem ser adiados até depois do parto.
Traduzido de: https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(12)01042-1/abstract
No caso dessa nossa amiga, o látex foi o agente etiológico, que é, aliás, uns dos mais comuns em anafilaxia perioperatória. É difícil, mas não impossível, que a primeira manifestação já tenha sido essa. Na maioria das vezes, o que ocorre é que a pessoa não valoriza pequenas reações e elas evoluem e causam grandes anafilaxias mais tarde.
Por isso, converse com seu médico e peça encaminhamento ao alergista e imunologista caso apresente sintomas, mesmo que leves, de alguma alergia.
Venho contar um caso de anafilaxia, do tipo mais grave choque anafilatico por ingestão de camarão, porém com final triste.
No dia 24/01/2017 por volta das 22:20h em casa com meu esposo, comecei a esquentar a janta, enquanto isso fui ao banheiro.
Ao sair do banheiro, quando fui vestir o short senti aquela ferroada bastante dolorida na parte inferior da minha côxa direita (xinguei, claro), ao olhar e tentar
identificar o ponto certo, percebi o inseto pousado no cóis do short, automaticamente meti a mão, espantando-o, este caiu no chão próximo a mim e ali ficou.
Meu esposo falou, passa álcool. Primeiro, fui para cozinha colocar a janta dele, quando comecei a sentir uma coceira e ardência na cabeça.
Foi coisa de 1 minuto após a picada, foi ficando intenso, passando essa sensação para todo o corpo, ao me coçar, senti os inchaços (pelotas) se formando no meu corpo, ao mesmo instante que me coçava, comecei a ficar com falta de ar, sensação de mal estar, vontade de vomitar, dor de barriga, tentando respirar, faltando forças e me coçando ardentemente.
Meu esposo falava comigo e eu evitando responder pela dificuldade de respirar, ele então falou: vamos ao hospital e fui vestir uma calça e os sintomas continuavam, ao entrar no carro, com um pouco de difuldade falei para meu esposo: será que dá tempo de ir ao banheiro ( devido a vontade de vomitar e sensação de diarréia ), ele disse: vai rápido.
Voltei para abrir a casa, com certa dificuldade e corri para o banheiro e basicamente despenquei sobre o vaso ( devido a falta de forças que estava sentindo ).
Sentada ao vaso, não conseguindo fazer nada, ao tentar vomitar também nada saía, só saliva e meu esposo perguntando se eu daria conta de me limpar, eu com
dificuladade para respirar apenas assinalava para ele esperar, pois não conseguia falar.
Essas foram minhas ultimas lembranças daquele momento, sofri um choque anafilático. Quando voltei a si, só vi e e ouvi o desespero do meu esposo já ao meu lado
esquerdo, entre o vaso e o box, empinando minha cabeça para cima, me chamando e clamando: Não Senhor, não... Por favor Senhor, não. Ele me narrou que trinquei os dentes, ele tentou desenrolar minha língua, mas disse que quase decepei o dedo dele, com outra mão, ele pressionou meu maxilar para que conseguisse tirar o dedo dele da minha boca, disse
que eu contorci os dedos das mãos e continuei desfalecendo.
Após eu ter voltado, deitei por um instante e fomos ao hospital. Fui me consultar no dia 31/01/2017 com Alergista, a Dra. Fernanda Casares Marcelino, mais um anjo que o Senhor colocou em meu caminho, que solicitou que eu fizesse o exame saguíneo, pois um teste subcutâneo seria muito arriscado.
O exame seria realizado após 30 dias que sofri a picada, fiz o mesmo no dia 04/03/2017, onde o Resultado foi:
Abelha ..................................... 0,36 (Normal: Inferior a 0,35)
Marimbondo/Vespa ............... 61,10 (Normal: Inferior a 0,35)
Hoje, dependo da adrenalina que pego com a Dra., no entanto só consigo com ela, pois se tento pegar em outro hospital, não querem me fornecer por se tratar
de adrenalina, mesmo eu mostrando receita, relatório e exame.
Só por Deus ainda estou aqui, primeiro dizem que esses bichos não voam a noite, não sei por que raios me atacou naquela hora. Graças a Deus meu esposo estava
em casa comigo. E... 10 meses e 12 dias após o episódio, perdi meu esposo para um maldito câncer, foi descoberto em Maio e no dia 06/12/2017 veio a falecer.
Nesse momento, me sinto de uma forma que se viesse ocorrer novamente, não teria receio de morrer. Naquela ocasião sim, não queria ir, estava muito feliz, tínhamos planos, nos amávamos, queria muito viver e por muito tempo ao lado do meu esposo.
Cara Adrianalda
Agradecemos a você compartilhar conosco seu caso de anafilaxia. Vamos aproveitar e discutir um pouco sobre alergia a insetos.
Há vários tipos de reação a insetos:
1- Prurigo estrófulo: é causado por reações apenas na pele, especialmente por insetos do tipo pernilongo (mosquitos, para os cariocas), muriçocas, borrachudos, etc. Apesar de ser muito incômoda, pelo grande desconforto que provoca devido à coceira e pelas manchas que pode ocasionar na pele, não ocasiona reações alérgicas graves, como a anafilaxia.
2- Reações tóxicas: os venenos de insetos como abelha, vespa e formiga são uma mistura de proteínas potentes que podem causar danos a músculo, células sanguíneas e nervos e sempre causam dor intensa e reação no local que pode ser maior ou menor, dependendo da sensibilidade do organismo. Um ataque de uma colmeia toda, onde o indivíduo leve centenas e às vezes milhares de ferroadas, certamente fará com que esse indivíduo sofra sintomas de intoxicação que pode até causar a morte. Isso é muito sério, mas não é anafilaxia. Já foi desenvolvido, e esperamos que brevemente esteja comercialmente disponível, um soro antiapílico que - à semelhança do soro antiofídico - possa ser utilizado nessas circunstâncias.
3- Reações alérgicas: como no caso de nossa amiga, as reações alérgicas, ou seja, as que são causadas por hipersensibilidade, podem ocorrer apenas com uma ferroada. Existem vários graus de anafilaxia a insetos e este da Adrianalda foi o mais importante, pois ocasionou sintomas no sistema nervoso central, com convulsão (por isso ela estava com a lingua enrolada e com os dentes fortemente cerrados) e sistema cardiocirculatório (muito provavelmente caiu a pressão arterial, o que levou à perda de consciência). Casos assim são gravíssimos e podem ocasionar a morte.
No caso de nossa amiga, a IgE específica demonstrou claramente a causa. Entretanto, nem sempre é assim. Como esses exames são específicos, se a espécie de inseto for muito diferente do exame, o mesmo dá negativo. Abelhas são muito semelhantes ao redor do mundo todo e quando o acidente é com esse inseto o diagnóstico e o tratamento (imunoterapia- vide abaixo) é bem mais fácil. Isso não acontece com as vespas. Há vespas muito peculiares do Brasil e como os kits para diagnóstico e os venenos para o tratamento são importados, não há muito o que fazer para se ter a etiologia correta e o tratamento desejado. Esse é um problema sério. Além de enfrentar a falta de adrenalina autoinjetável, os portadores de alergia a vespas que não existem em países desenvolvidos onde se produz tais substâncias, não conseguem sequer um diagnóstico preciso, quanto mais os venenos indispensáveis para a imunoterapia.
O tratamento da crise aguda não tem o que falar: se não tiver adrenalina, a chance de sobrevivência é pequena. Nossa amiga conseguiu sobreviver, mas quantos não têm a mesma sorte! Após a crise, o ideal é fazer imunoterapia quando o veneno identificado. Assim, a imunoterapia pode reduzir muito a intensidade da reação e até mesmo zerá-la. Consiste na aplicação de venenos em doses reduzidíssimas que vão sendo gradativamente aumentadas até se dar o correspondente a uma ferroada. Com isso, há o que chamamos de "tolerância imunológica".
Outra coisa importante a ser dita é que todos que sofrem de alergias graves a insetos devem ser pesquisados para uma doença chamada mastocitose. Nessa doença, há uma tendência de se responder com anafilaxias graves a determinados estímulos, entre os quais as ferroadas de inseto são os mais importantes.
Para finalizar, queremos dar os pêsames pela morte do esposo da Adrianalda.
Tudo de bom e um grande abraço!
Olá,
Em maio de 2017, como nos anos anteriores tinha que levar meu filho Matheus que estava prestes a completar cinco anos, para fazer a vacinação influenza. Foi o pior dia de nossas vidas, após a vacinação meu marido nos deixou em casa e voltou para o trabalho, em quanto eu abria a porta de casa meu filho me chamou, quando olhei pra ele, fiquei apavorada em questões de segundos ele inchava sem parar. Não conseguia me comunicar com meu marido, a rede de celular não estava pegando, entrei em contato pelo WhatsApp com minha família que mora em outra cidade, e sai correndo com meu filho nos braços pela rua. Na metade do caminho encontrei meu marido, minha família tinha entrado em contato com ele. Quando chegamos no hospital meu filho não conversava mais, estava com falta de ar e tendo crises de tosse. No hospital tomaram todas providências necessárias; injeções e soro. Aos poucos ele foi voltando a conversar e a desinchar. A partir daí descobrimos que ele era alérgico ao ovo e depois de um dois meses APLV. Graças a Deus deu tempo de socorrê-lo, depois desse episódio não teve mais anafilaxia, segue em restrição na esperança de um ser curado.
Cara Meriane
Obrigada por compartilhar conosco sua experiência. Sim, isso é importante mesmo. As pessoas precisam saber que anafilaxia pode ser fatal e que por alguns minutos às vezes as pessoas não sobrevivem. É dramático, muito grave mesmo. Essa sequência de eventos que você descreveu tão bem acontece sempre que alguém com alergia grave entra em contato com o alérgeno. E basta uma ínfima quantidade, pois a vacina contra gripe tem uma quantidade bem pequena de proteína de ovo. Mas tem! E algumas vacinas também podem conter traços de leite. Quando vemos medicações cuja bula descreve que a lactose é o excipiente, alguém alérgico a leite não pode fazer uso dessa medicação. Isso não acontece por alergia a lactose - o que não existe. Mas se tem lactose pode ser que haja junto proteína do leite e nesse caso é melhor evitar.
Toda criança alérgica a leite e ovo precisa procurar ajuda de alergista para orientação quanto às vacinas. E se for o caso, pode ser feita dessenssibilização rápida para a aplicação, pois o risco de ficar sem a imunização também é alto.
Grande abraço!
Bom dia.
Tenho 54 anos e nunca tive nenhuma alergia à insetos, somente ao camarão "vencido " das praias... Em março de 2017 fui picada por uma formiga espécie cabo verde. Isso mesmo, uma unica picada... senti meu corpo todo coçar, comecei a espirrar e tossir uma secreção Branca, em quinze minutos estava irreconhecível em razão do inchaço no corpo. Comecei a respirar com muita dificuldade, narinas entupidas e garganta fechando... com isso já estava falando com muita dificuldade e, por sorte, à caminho do hospital... entre a picada e a entrada no hospital foram 40 minutos. Não posso relatar como foi a entrada no hospital porque apaguei. Mais sei que me aplicaram injeções de adrenalina, antialérgicos, corticóides e máscara de ar. Fiquei no hospital por 4 horas e saí quase normal. As manchas demoraram uns 2 dias pra passar.
Eu já sei que sou alérgica formiga, picada de abelha e marimbondo a uns 20 anos. A primeira vez eu deveria que tive o ataque alérgico eu deveria ter uns 16 anos, mas não fazia ideia que era alergia a formiga vermelha. Depois tive um outro ataque alérgico com outra picada de formiga na casa de um namorado que cheguei a desmaiar na rua. Na terceira vez, foi que tive certeza que era da formiga, pois fui a um casamento que era em um campo, e fui mordida por algumas formigas, em 05 a 10 minutos tive o mesmo ataque de sempre, foi quando fui buscar a certeza dessa alergia e um tratamento. Por minha surpresa descobri que não temos aqui no Brasil a tal da caneta injetável que pode salvar minha vida, pois sofro o ataque anafilático. Queda brusca de pressão e desmaio. A medica tinha me ensinado a fazer a automedicação com adrenalina e água destilada, mas também outro empecilho pois não se vende adrenalina, ela só é fornecida no hospital. E na semana passada tive um ataque pior, pois a dor no peito foi bem ruim. Gostaria muito que fosse liberado a venda do Epipen aqui no Brasil. Minha vida depende disso
Cara
Agradecemos muito seu contato e aproveitamos para conversar sobre uma consequência muito séria da anafilaxia: as alterações cardíacas.
Você tem uma manifetação conhecida como "Síndrome de Kounis" que é alteração cardiológica, semelhante a infarto, decorrente da anafilaxia. De fato, anafilaxias graves podem evoluir com problemas cardiológicos, desde arritmia até infarto agudo e tais manifestações são muito mais sérias quando a pessoa já apresenta algum problema cardíaco de base. Isso ocorre porque a parede da artéria coronária, que irriga o coração, é repleta de mastócitos que são as células mais importantes na anafilaxia. Durante uma reação anafilática, esses mastócitos se rompem liberando várias substâncias que são mediadores da resposta alérgica. Através dessas substâncias, as artérias podem apresentar um espasmo, com diminuição do seu lúmen (espaço interno) e com isso ocorre redução do fluxo sanguíneo para o coração. Se essa circulação já estiver previamente comprometida por uma placa de ateroma, por exemplo, a mesma pode se romper e a pessoa pode apresentar infarto agudo do miocárdio como consequência da anafilaxia.
Como certamente você é jovem, teve apenas o espasmo mas isso é suficiente para ocasionar dor no peito semelhante a angina.
Como vemos, anafilaxia é algo muito grave e lamentamos muitíssimo que não temos ainda adrenalina autoinjetável no Brasil.
Para as pessoas com reações graves por inseto, resta a importação. Outra medida importante nesses casos é a imunoterapia.
Anafilaxia por inseto, especialmente formiga, abelha e vespa da espécie Polistes, é passível de dessenssibilização e os resultados terapêuticos são excelentes. Acima de 90?ssas pessoas torna-se imune às ferroadas e passa a ter vida normal.
Procure um serviço que realize esse tratamento e boa sorte!
Boa tarde,
Bom vamos lá: Minha filha tinha 1 ano e meio na época do episódio. Estávamos eu e minha mãe em uma cidade vizinha e passando sempre perto de algumas lanchonetes ela dizendo que queria, eu com medo sempre negava mas ela insistia então paramos em uma lanchonete que eu estava acostumada a ir expliquei que minha filha era alérgica a leite e derivados e perguntei se ela teria algum lanche sem esses ingredientes. Ela foi até a cozinha voltou e me falou que a esfirra de frango não tinha. Dei para minha filha e antes mesmo dela terminar de comer já tive que correr com ela pro hospital com uma crise anafilática. Sorte que estávamos próximas ao hospital e no final tudo ficou bem graças a Deus. Mas as pessoas deveriam se conscientizar da gravidade de uma alergia. E ter a noção de que um pouquinho faz mau sim, não é frescura e pode ser fatal.
Cara Ana Paula!
Que dificuldade, não é mesmo?
Esta é uma luta nossa! De todas as famílias que têm pessoas alérgicas, seja que tipo de alergia for. Infelizmente, muita gente, apesar de toda a informação disponível hoje em dia, simplesmente não consegue acreditar que reações anafiláticas podem ocorrer mesmo com quantidades diminutas. Isso é difícil para quem tem alergia alimentar, para quem tem alergia a látex e até a medicamentos.
Uma dica importante que damos é: mostrem sempre o cartão de identificação do alérgico. As pessoas (e até os profissionais) têm uma tendência de valorizar mais a informação quando esta vem por escrito e assinada por um alergista.
De onde vem esse desrespeito (ou no mínimo essa desatenção) das pessoas para com os alérgicos? Infelizmente, há muita gente com diagnóstico errado. A confusão que é feita entre intolerância e alergia ainda é muito grande. E há pessoas que nem intolerância e nem alergia têm (e têm apenas um exame positivo, que foi mal interpretado!). Essas pessoas - que erroneamente se dizem alérgicas - quando escapam da dieta, pouca coisa sentem. Às vezes não sentem nada... E, então, alguém que conviva com pessoas assim fica com a ideia que na verdade o problema não é tanto grande...Que se for só um pouco não tem importância...que a pessoa é muito preocupada...
Mesmo com o látex existe esse problema, pois além de anafilaxia, essa substância pode dar dermatite de contato, rinite e asma (sem anafilaxia). Então, alguém que conviva com pacientes que apresentam essas formas menos graves de alergia, ficam com a impressão que o problema não é tão grave quanto parece...
As pessoas que de fato apresentam anafilaxia é que perdem com isso.
Por isso, a ASBAI faz esse alerta: peça a seu (sua) médico(a) lhe dê por escrito um atestado com o diagnóstico correto e o plano de tratamento, ou seja, o que deve ser feito em caso de anafilaxia. Ao mostrar esse documento, por escrito e assinado por um profissional, a coisa muda de figura. Geralmente, as pessoas pensam duas vezes antes de achar que é uma bobagem, um exagero. E assim vamos lutando para que se dê nomes aos bois: anafilaxia não é uma alergia simples, não é intolerância, não é só IgE positivo. Anafilaxia pode matar.
Boa noite, espero que meu relato, assim como outros, sejam informativos e ajudem realmente outras pessoas e profissionais da área de saúde que muitas vezes mal sabem do que se trata uma anafilaxia. Tenho 25 anos e sou alergica ao látex e tive choque anafilático há quatro meses atrás na minha segunda cesárea. Nunca desconfiei de nada justamente pela falta de informações, nunca ouvi nada nem parecido sobre a palavra "anafilaxia". Tive crise alérgica duas vezes em situações diferentes, mas ninguém identificou o que poderia ser. A primeira situação foi quando resolvi fazer micropigmentacao nas sobrancelhas(é praticamente uma tatuagem de pêlos das sobrancelhas, é definitiva), que no meio do processo meus olhos ficaram enormes, dificultando de enxergar e ter que parar no meio. A profissional que fiz, é muito conceituada na minha cidade e só mexe com isso tem muito tempo. Ela ficou desesperada pois disse que em "X" anos (nao lembro quantos anos só fazendo isso), nunca tinha visto nada parecido. Tomei vários anti alergicos e fui controlando e mandando foto para ela que ficava me ligando e mandando mensagem super preocupada. Ela ligou para inúmeros professores dela contando o caso e apontaram vários fatores que pudessem ter dado aquela alergia em mim; foi falado da substância do anestésico que é aplicado antes de fazer a micropigmentacao, foi falado sobre o próprio pigmento da tinta utilizada (mesmo eu falando que tenho tatuagens e que nunca deu nenhum problema); foi falado sobre a loção hidratante e calmante que é utilizada durante o processo da micro.. mas ninguém, ninguém nem chegou perto que o problema estava nas mãos dela, no caso, nas luvas que entravam em contato com cada corte feito da agulha. E o segundo caso foi no reveillon do ano passado demos uma festa grande em casa, onde para ajudar com toda decoração, comprei muitos tipos de bexigas. Na primeira bexiga já senti meus lábios coçando e inchando, minhas mãos coçando insuportavelmente e um olho, o qual acabei coçando com a mão infectada pela bexiga ficou enorme! Apenas uma bexiga foi o suficiente para desencadear tudo isso. Tinha um anti alérgico em casa e tomei, mas como ardia de tanto coçar, corri na farmácia e pedi "algum anti alergico que fosse bem forte" e já tomei lá mesmo. Contei para a farmacêutica e ela achou bem estranho mas não sabia -tambem- do que se tratava. Era bem forte. Tomei dois de uma vez e melhorei.
Látex, que é a borracha natural, é produzida a partir da seiva de Hevea brasiliensis. e pode causar anafilaxia, especialmente pela inalação das partículas que ficam em suspensão no ar durante manipulação de objetos feitos com tal substância. Luvas talcadas, por exemplo, são especialmente perigosas, já que o talco fica carregado de partículas de látex e uma pessoa sensibilizada por perto poderá ter reações graves.
No caso da Duanne, o látex em contato direto com uma mucosa, propicia a absorção direta dessa substância na corrente sanguínea causando reação ainda mais grave. Isso também ocorre em luvas sendo usadas para toques ginecológicos, procedimentos dentários e outros que exponham as proteínas do látex diretamente ao sangue.
A borracha vulcanizada é aquela modificada através de vários processos químico-físicos que alteram sua estrutura e, consequentemente, reduzem drasticamente seu poder alergênico. Desta forma, produtos feitos com esse tipo de borracha vulcanizada (mangueiras, pneus, calçados, etc.), ou os feitos com borracha sintética raramente causam alergia.
Um grupo de pacientes com anafilaxia a látex pode ter sensibilização cruzada a alimentos. Nesse caso, é comum o paciente apresentar reação alérgica não apenas para látex, mas também tais alimentos. A este problema dá-se o nome síndrome látex-fruta, pois frutas são a classe de alimento que mais dá reatividade cruzada com o látex. As principais são: banana, kiwi, abacate, papaia e castanhas. Mas batata e outros legumes também já foram descritos.
Portadores de anafilaxia a látex precisam ser claramente identificados, especialmente durante procedimentos médicos, cirúrgicos, odontológicos e em qualquer local de diagnóstico e tratamento. Nesses locais, toda a equipe médica, enfermagem e outros profissionais envolvidos devem ser treinados para não expor pessoas sensibilizadas a risco.
Não há, por enquanto, tratamento específico (imunoterapia) para anafilaxia a látex e evitar a exposição é ainda a melhor forma de se prevenir anafilaxia. Se esta surgir, deve ser tratada como todas as outras crises anafiláticas, lembrando-se do papel fundamental da adrenalina.
Adrenalina autoinjetável deve ser prescrita para todos os sensibilizados a látex onde médico e paciente julgarem que não há possibilidade de se evitar o contato de forma segura. Isso é especialmente indicado na síndrome látex-fruta.
Minha história com alergias começa na minha infância, quando eu tinha 5 anos tive uma reação anafilática à Dipirona quando recebi por via injetável em um posto de saúde próximo da casa onde morava. Minha mãe conta que fiquei mole, toda roxa, mãos, boca, e simplesmente apaguei. A pediatra que atendia no posto identificou a crise de imediato, e cuidou da melhor forma possível, mas orientou que dipirona para mim nunca mais.
Quando criança e adolescente, comia frutos do mar e sentia muita coceira, especialmente na garganta. Se fosse uma refeição fora de casa, minha mãe dizia que era frescura e mandava comer tudo que tinha no prato. Óbvio que ninguém tinha conhecimento na época sobre isso, mas desde pequena sempre gostei de provar tudo, comia de tudo. Aos 21, em férias na praia, fui provar casquinha de caranguejo e acarajé, mas não consegui comer, a coceira era insuportável. Ninguém reparou, estava no carro voltando de uma praia distante, comecei a ficar vermelha, inchar, manchas, caroços apareciam, sangrava um pouco de coçar... esperei chegar em casa para falar. Assim que saí do carro, pedi ajuda a meu ex-sogro que era médico, ele que era normalmente tranquilo, começou a gritar pedindo à esposa para pegar duas injeções anti-histamínicas e outras coisas. As pessoas olhavam pra mim e choravam. Acordei não sei quanto tempo depois, tinham me dado banho e cuidado da minha filhinha de 2 anos. Depois ouvi meu sogro dizer que eu estava morrendo e não daria tempo de chegar ao hospital.
MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO INALAR CHEIRO DE UMA TINTA DE PAREDE, COM PLACAS E FALTA DE AR. OUTRA CRISE FOI AO IBUPROFENO, COM EDEMA DE PESCOÇO, GARGANTA, OLHOS, PLACAS, FALTA DE AR. FUI SOCORRIDO NA EMERGÊNCIA PRÓXIMA À MINHA CASA.
Olá, Rafael!
Seu caso é muito parecido com o que comentamos na semana passada: intolerãncia a AINEs (antiinflamatórios não esteroidais), grupo este do qual o ibuprofeno faz parte. A tinta de parede está fora desse grupo e isso precisaria ser melhor investigado.
Muito grata pela sua participação!
MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO BUSCOPAM COMPOSTO, NA EMERGÊNCIA DA UNIMED. O MÉDICO QUE FAZIA O ATENDIMENTO NÃO SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO: MEU CORAÇÃO DISPAROU, TIVE EDEMAS, PRESSÃO BAIXA E COMECEI A PERDER A CONSCIÊNCIA. MANDARAM MEU ESPOSO SE RETIRAR E UMA ENFERMEIRA, QUANDO VIU MINHA SITUAÇÃO, CORREU, COLOCOU MINHA CABEÇA PARA BAIXO E APLICOU ALGUMA SUBSTÂNCIA QUE FOI AOS POUCOS ALIVIANDO OS SINTOMAS. TIVE OUTRAS DUAS ANAFILAXIAS EM AMBIENTE HOSPITALAR, SEMPRE REFERENTE AOS ANTI-INFLAMATÓRIOS. TIVE OUTRA EM CASA, ESTAVA SOZINHA COM MEU BEBÊ E A BABÁ, QUANDO ELA PERCEBEU MEUS LÁBIOS AUMENTANDO, MEUS OLHOS FECHANDO E MINHA PELE TODA CHEIA DE PLACAS. SENTI FORTES DORES ABDOMINAIS, DIARRÉIA E A SENSAÇÃO DE QUE MEU INTESTINO SAIRIA DE DENTRO DE MIM. FOI SEM DÚVIDA A PIOR CRISE. GRAÇAS A DEUS MORAVA PERTO DO HOSPITAL E FUI SOCORRIDA A TEMPO. MINHA MÉDICA JÁ PRESCREVEU ADRENALINA AUTO-INJETÁVEL, MAS É MUITA BUROCRACIA E DISPENDIOSO.
MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO BUSCOPAM COMPOSTO, NA EMERGÊNCIA DA UNIMED. O MÉDICO QUE FAZIA O ATENDIMENTO NÃO SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO: MEU CORAÇÃO DISPAROU, TIVE EDEMAS, PRESSÃO BAIXA E COMECEI A PERDER A CONSCIÊNCIA. MANDARAM MEU ESPOSO SE RETIRAR E UMA ENFERMEIRA, QUANDO VIU MINHA SITUAÇÃO, CORREU, COLOCOU MINHA CABEÇA PARA BAIXO E APLICOU ALGUMA SUBSTÂNCIA QUE FOI AOS POUCOS ALIVIANDO OS SINTOMAS. TIVE OUTRAS DUAS ANAFILAXIAS EM AMBIENTE HOSPITALAR, SEMPRE REFERENTE AOS ANTI-INFLAMATÓRIOS. TIVE OUTRA EM CASA, ESTAVA SOZINHA COM MEU BEBÊ E A BABÁ, QUANDO ELA PERCEBEU MEUS LÁBIOS AUMENTANDO, MEUS OLHOS FECHANDO E MINHA PELE TODA CHEIA DE PLACAS. SENTI FORTES DORES ABDOMINAIS, DIARRÉIA E A SENSAÇÃO DE QUE MEU INTESTINO SAIRIA DE DENTRO DE MIM. FOI SEM DÚVIDA A PIOR CRISE. GRAÇAS A DEUS MORAVA PERTO DO HOSPITAL E FUI SOCORRIDA A TEMPO. MINHA MÉDICA JÁ PRESCREVEU ADRENALINA AUTO-INJETÁVEL, MAS É MUITA BUROCRACIA E DISPENDIOSO.
Cara Rege Meire (Maceió)
Obrigada por compartilhar conosco sua história.
Vamos aproveitar para comentar sobre anafilaxia em ambiente hospitalar e também sobre antiinflamatórios.
Quando alguém apresenta reação alérgica grave em clínicas ou hospitais, precisamos pensar em medicamentos, mas também em outros alérgenos como látex, clorexedina e até alimentos (especialmente se paciente está internado). O alergista às vezes é tipo um investigador procurando o culpado...
Mas parece que no seu caso a causa da anafilaxia ficou mesmo muito clara, inclusive você teve reação em casa (você não comentou, mas acredito que essa crise também deve ter sido após uso de antiinflamatório).
Os analgésicos e antiinflamatórios são um grupo de medicações muito variadas. É comum os pacientes referirem que são alérgicos a inúmeros remédios, que "tudo dá alergia". Na verdade, quando se investiga melhor, o problema não é que a pessoa tem alergia a muitos remédios, mas sim a um único grupo que comporta vários medicamentos. Isso simplifica muito a questão, pois geralmente tais pacientes toleram outras drogas, como antibióticos, anestésicos, etc. Apenas os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) é que não podem ser utilizados.
O problema é que este é um grupo muito grande. Ácido acetil salicílico (AAS), fenilbutazona, dipirona, diclofenaco, cetoprofeno e vários outros fazem parte. O que eles têm em comum? São medicações inibidoras de uma enzima que se chama COX (ciclooxigenase) que fica na membrana de certas células do organismo. Quando se bloqueia essa enzima, ocorre um desvio metabólico que dimiui as prostaglandinas (o que é ótimo porque são elas que mediam a dor) mas aumenta os leucotrienos ( que são mediadores da alergia). Em pessoas mais sensíveis, isso acarreta angioedema, urticária e até anafilaxia.
Algumas características importantes desse tipo de "alergia" são:
1- Ela não é uma alergia verdadeira! Do ponto de vista imunológico não. Claro que na prática, o que resulta são sintomas que podem ser entendidos como uma grave alergia, mas o que está por trás não são fenômenos que envolvem o sistema imunológico, quer dizer, não existem anticorpos ou células do sistema imune efetoras desse fenômeno. O mais correto é chamar essa reação de intolerância ou hipersensibilidade. Disto decorre que não há testes alérgicos convencionais para se diagnosticar esse problema, como os prick testes ou pesquisa de IgE no sangue (RAST ou similar). O que fazemos é teste de provocação, onde sempre há risco de se desencadear a reação e por isso, devem ser feitos em ambiente hospitalar. Existem alguns testes mais modernos que não são disponíveis na prática clínica ainda, estando mais em pesquisas (teste de desgranulação de basófilos).
2- Há diferenças de intensidade entre as diversas medicações deste grupo com respeito ao grau de inibição da enzima COX. Existem inibidores potentes como a dipirona, o AAS e o diclofenaco e os mais fracos, como o paracetamol, o meloxicam e a nimesulida. Por isso, vários pacientes não conseguem usar um representante do grupo, mas conseguem usar outro. Além disso, existem inibidores seletivos de uma das isoformas da enzima COX (que é a COX-2) o que resulta numa menor inibição da mesma ( a outra isoforma que é a COX-1 continua ativa e isso ajuda a não desviar tanto o metabolismo para o lado dos leucotrienos). Essas medicações são antiinflamatórios de boa potência e menor chance de dar reação, mas possuem efeitos adversos importantes, especialmente cardiovasculares, motivo pelo qual são comercializados apenas sob receita especial. São os coxibes. Todo paciente que apresenta reação alérgica a AINE deve ser orientado por alergista para encontrar um substituto em caso de dor e/ou febre. Através de testes e da história clínica o médico conseguirá encontra para cada paciente um opção alternativa. O paciente não deve tentar por si só, já que há os mais sensíveis que apresentam reação mesmo aos coxibes e aos inibidores mais fracos da COX.
3- Há diferenças de reação em situações específicas. Aprendemos que na alergia alimentar, alergia a látex e outras alergias IgE mediadas que mesmo quantidades diminutas, como inalação das proteínas alergênicas podem desencadear reação. Isto é diferente na hipersensibilidade a AINEs pois, como vimos, não é uma alergia verdadeira. Muitas vezes o paciente tolera quantidades menores, o que não ocorre quando usa abusivamente a medicação. Outras vezes, em situações de normalidade consegue usar, mas durante febre, período pré-menstrual, voos em aeronaves, etc, adveém a reação. Ou se a medicação é dada por via endovenosa ou intramuscular, quando atinge picos maiores na corrente sanguínea, uma reação que normalmente seria leve torna-se grave. Por isso é que muitas vezes o paciente não acredita que seja intolerante a estes medicamentos, pois, num momento toma e não acontece nada e noutro momento toma e tem reação.
Com relação à burocracia da aquisição da drenalina autoinjetável, nossa luta continua...Infelizmente, não temos aqui no Brasil ainda esta importante medicação. Em caso de anafilaxia a droga, a prescrição de adrenalina autoinjetável depende da maior ou menos probabilidade que o paciente venha a se expor à mesma. Cada caso é um caso.
Meu filho Iuri, nasceu no dia 20 de setembro de 2013, com 37 semanas de gestação, bolsa rota e decorrente de pré-eclampsia. A bolsa arrebentou as 3 h 45' e fui ter ele as 21 h 47' em parto cesária, pois estava preso. atendimento SUS no hospital de Tramandaí- RS.
Bom, o caso de anafilaxia q vou contar infelizmente não aconteceu comigo mas com me filho Felippe.
Felippe tinha apenas 1 ano e 9 meses mais ou menos. Eu não sonhava q existia a anafilaxia. Ele tem alergia a ovo, Clara de ovo para ser mais exata.
Era uma noite de outono e ele não conseguia dormir direito reviravana cama, não achava uma posição confortável... ciquei ele comigo bem próximo a mim e ele estava todo molhada de suor... troquei sua roupa ele estava com os olhinhos meio serrados como se estivesse dormindo achei q em volta de seu lábio estava meio roxinho, mas meu marido disse que não.
Felippe começou a pigarrear como se tivesse um catarro preso na garganta. Quando me deitei ao lado dele o peito dele rondava como se de um minuto para o outro um bronquite se instalasse no pulmão. Chamei ele, balanços ele de um lado para o outro e ele não acordava... Todo molhado de suor de novo as unhas arriscadas, desacordado com um resmungar muito rouco.
Corremos com ele para o Pronto Socorro que fica a 18 Km em Estrada de terra.... choro, medo, desespero... achei q perderei meu menino!
A médica o atendeu e prescreveu inalação com adrenalina e uma dose alta de dexametasona, graças a Deus ele respondeu bem ao tratamento de emergência, porém ela não me explicou q era anafilaxia ou quem eu deveria procurar...SÓ descobri o que era quando ele teve outra crise e procurei um médico particular.... A última crise foi a quase 3 anos!! Espero nunca mais passar por isso!!!!! Triste realidade de alérgicos com risco de anafilaxia no país! Hj Felippe tem alergia a ovo com risco de anafilaxia e asma por movimento faz tratamento contínuo e a família toda faz dieta restritiva ! ! Tenho fe que um dia ele vai melhorar! Deus à frente de td!!!
Comentário
Agradecemos à Andressa que nos relatou esse caso tão importante. O ovo é de fato um alimento muito alergênico, ao lado de leite, soja, peixe, crustácios e castanhas.
Aqui, a particularidade é que quando se trata de criança pequena, a anafilaxia pode de fato ser mais difícil de ser diagnosticada. Vejam que a criança não teve urticária, vermelhidão, angioedema (inchaço) que são sintomas muito comuns na maioria dos casos. Ela apresentou apatia (ficou molinha, pouco responsiva), arroxeada, com choro rouco (o que significa que já estava tendo edema de laringe), sudorese intensa porque provavelmente já estava com hipotensão.
E que grande dificuldade para chegar num Pronto Socorro! Bem típico da nossa realidade brasileira. Por isso, a importância de ter à mão a adrenalina autoinjetável.
Esperamos que o Felippe possa tolerar o ovo com o tempo. Até lá, todo cuidado é pouco para impedir que ele ingira esse alimento: leitura de rótulos, não comer alimentos à granel, não deixar que compartilhe alimentos na escolinha e nem que terceiros alimentem a criança.
Grande abraço!